sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Falecimento de Hugo Ribeiro - soldado do Regimento de Infantaria nº 23



Caríssimos,

Venho transmitir-vos uma infeliz notícia, relacionada com o falecimento do nosso jovem camarada Hugo Ribeiro, que podemos visualizar à direita, na linha de infantaria ilustrada na fotografia acima colocada. 

O Hugo tinha graves problemas de saúde, que todavia não o impediram de, durante alguns anos, ser um elemento ativo no nosso grupo, partilhando as responsabilidades e os riscos inerentes a esta nossa atividade, sem pedir nem esperar nada em troca.

O nosso camarada sempre teve uma postura serena, dedicada e prestativa, sendo apreciado e respeitado por todos os elementos do grupo. 

Está a ser preparada uma deslocação de elementos do GRHMA de Almeida e de Vila Nova de Gaia, a fim de ser formada uma guarda de honra que irá marcar presença no funeral do nosso camarada, que irá ter lugar no próximo domingo.

Os elementos de Almeida interessados em participar nesta deslocação devem contatar o Dr. Paulo Amorim.

Deixo aqui uma palavra de ânimo e de coragem a todos os familiares e amigos do nosso camarada, nesta hora difícil.

Pedro Casimiro

quarta-feira, 17 de outubro de 2012



E cá está novamente o nosso amigo D. Juan - o homem que fica bem em qualquer fotografia!

Pois é caros amigos, o Juan teve a gentileza de me enviar mais algumas fotos que permitem visualizar (fotograma a fotograma), o funcionamento de um fecho de pederneira, de uma arma do séc. XIX, neste caso um rifle Baker.

Já se pode ver o que é que o Juan faz ao fim de semana: veste a sua farda e vai até ao parque natural mais próximo, praticar tipo ao alvo!

Que inveja!



A pressão sobre o gatilho faz libertar o cão (pequena peça móvel ligada ao gatilho, que prende a pederneira) da arma, onde se encontra fixada uma pederneira.

O choque da pederneira com o fuzil (que é uma peça plana em aço, localizada à frente do cão da arma)  resulta (nem sempre...) na produção de faíscas.


As faíscas produzidas provocam a ignição da pequena quantidade da pólvora existente na caçoleta (que é um pequeno depósito côncavo para colocar a pólvora) da arma , que foi  aí colocada pelo soldado aquando do processo de carregamento do mosquete/rifle.



A ignição da pólvora resulta, por sua vez, na deflagração da carga que foi colocada no interior do cano da arma, o que é feito através do ouvido (pequeno orifício que liga a caçoleta ao interior do cano da arma).


Por fim, a deflagração da pólvora  resulta na deslocação do projectil (normalmente uma esfera em chumbo) que também se encontra no interior  da arma.

E aqui fica mais uma pequena lição no manuseamento de armas de pólvora negra!


Pedro Casimiro



ADVERTÊNCIA: o manuseamento de qualquer tipo de armas, designadamente as armas de pólvora negra, requer instrução, preparação e treino adequados, para além do licenciamento previsto na lei.


quinta-feira, 11 de outubro de 2012

201.º Aniversário da Surpresa de Arroyomolinos - dias 27 de Outubro a 4 de Novembro de 2012


Caríssimos,

Aqui fica uma notícia relativa a mais um evento que vai contar com a participação dos soldados do GRHMA  e da ANP.

Este evento vai ter lugar na simpática localidade espanhola de Arroyomolinos e destina-se a comemorar o combate intitulado "a surpresa de Arroyomolinos", ocorrida em 28 de Outubro de 1811, no decurso da qual um destacamento do exército luso-inglês, comandado pelo General Rowland Hill, derrotou um destacamento do exército francês, comandado pelo General Girard, através de um ataque de surpresa que colocou os franceses em fuga, e resultou na captura de inúmeros prisioneiros.


As autoridades públicas e entidades privada desta localidade espanhola vêm investindo fortamente na divulgação deste seu património histórico-militar, designadamente através da organização deste evento anual, e contam com a adesão de toda a população local, designadamente através da participação neste evento, quer como recriadores históricos, quer como meros populares, vestidos à época.

Um exemplo a seguir!

Pedro Casimiro


quarta-feira, 3 de outubro de 2012

202.º Aniversário da Batalha do Buçaco (Bussaco) - Dia 27 de Setembro de 2012

(imagens retiradas daqui)

Caríssimos,
Como habitual, este ano realizou-se mais uma cerimónia evocativa da Batalha do Buçaco, ocorrida no dia 27 de Setembro de 1810.

Como sabem, esta batalha teve lugar na sequência da conquista da fortaleza de Almeida, no decurso da terceira invasão francesa de Portugal, liderada pelo Marechal Massena. Desta vez os franceses vinham apostados em terminar de uma vez com todas com a oposição que lhe vinha fazendo o exército luso-inglês e expulsar os ingleses da Peninsula Ibérica, tendo para o efeito organizado um enorme exército de cerca de 65.000 homens, acompanhado por alguns dos melhores comandantes militares franceses da época, tais como o já referido Marechal Massena, o Marechal Ney e o General Junot (que tinha liderado a primeira invasão do nosso território, ocorrida em 1807).

Todavia, as esperanças francesas sofreram um duro revés desde logo nas abruptas encostas da Serra do Buçaco, onde as linhas de infantaria do exército aliado conseguiram fazer recuar, com graves perdas, as agressivas e numerosas colunas da infantaria francesa.

Esta batalha serviu também para o comandante-geral do exército luso inglês (Wellington) testar a coragem e organização do recém reorganizado exército português. E este teste foi integralmente satisfeito pelos nossos antepassados, mostrando que continuavam a existir portugueses com fibra, dispostos a tudo para defender a sua Pátria, uma vez mais em perigo.

É esta uma das razões pelas quais o Exército Português não deixa de marcar este acontecimento todos os anos, através de uma cerimónia evocativa digna e comovente, que é sempre acompanhada pela população local.

A comemoração da Batalha do Buçaco foi também o evento que, no já longínquo ano de 2003, serviu para inaugurar a actividade pública da Associação Napoleónica Portuguesa, que marcou a presença no mesmo com cerca de 10 elementos com fardamento de Milícia, que se serviram inclusive de armas emprestadas por algumas entidades públicas.

E a presença da ANP neste evento, que tem sido sempre regular, repetiu-se uma vez mais este ano. 

Passados estes anos ainda cá estamos (poucos, mas bons...), para o que der e vier!

Bem haja a todos!


Nesta imagem podemos ver um destacamento de cavalaria portuguesa (Dragões).


A boca de um canhão serve de enquadramento a um destacamento de infantaria.


A infantaria continua a servir-se da protecção da cumeeira do Buçaco...



Os adversários de ontem são os camaradas de hoje.

Todavia, é preciso não esquecer o essencial:  o de que há conjunturas históricas em que apenas através da força das armas é possível salvaguardar quer a soberania nacional, quer a vida e os bens das populações.

Lembrem-se da  HISTÓRIA, aqueles que pugnam pela desvalorização da instituição militar!

Pedro Casimiro