Caríssimos(as),
Como é do conhecimento de todos, esteve em causa uma cerimónia com um simbolismo muito especial, associado à evocação da memória da monumental obra de arquitetura militar apelidada usualmente de
Linhas de Torres Vedras, que desempenhou um papel fundamental na defesa e preservação da soberania nacional, no decurso da chamada
Terceira Invasão Francesa de Portugal.
Para além disso, esteve em causa um evento cuja organização esteve integrada na chamada Plataforma Intermunicipal para as Linhas de Torres, que é um organismo que integra um conjunto considerável de Municípios, que tem precisamente por objetivo essencial a salvaguarda e recuperação desta estrutura defensiva.
É de facto fantástico assistir e colaborar nesta conjugação de esforços, que envolve múltiplas entidades públicas e privadas, no sentido da preservação e divulgação desta importante vertente do património histórico-cultural nacional!
O início do evento ficou marcado pelo habitual desfile histórico-militar pelas ruas de Sobral de Monte Agraço, até aos Paços do Concelho, para realização da cerimónia do Içar da Bandeira e o toque do Hino Nacional.
Esta cerimónia contou com a presença do Sr. Presidente da Câmara Municipal de Sobral de Monte Agraço, o Sr. Eng. José Alberto Quintino, a quem foram apresentados todas as associações e grupos de recriação histórica presentes neste evento, integrados na Associação Napoleónica Portuguesa.
Do decurso desta cerimónia procede-se à colocação de uma coroa de flores junto aos Paços do Concelho, evocando o contributo e o papel fundamental do povo português, na construção das Linhas de Torres.
No período da tarde foi desenvolvido um conjunto de atividades culturais no Forte do Alqueidão, envolvendo diversas componentes, associadas designadamente a um acampamento histórico-militar, bem com a uma simulação da construção dos fortes, entre outras atividades.
E claro que não podia faltar uma tenda com algumas deliciosas especialidades gastronómicas de época, recriada pelas fadas culinárias de Sobral de Monte Agraço!
Como não podia deixar de ser, as elegantes damas do GRHMA também marcaram presença neste evento, deslumbrando o público presente com os seus refinados vestidos de época.
Em abono da verdade, não se pode dizer que o GRHMA possui o monopólio das senhoras elegantes, conforme se pode verificar através das imagens supra...
Mas claro que o foco das atenções esteve todo nos valentes soldados do Batalhão de Artilharia do Sobral, que não só estavam a "jogar em casa", como tiveram a oportunidade para mostrar aos seus conterrâneos as suas qualidades técnicas e táticas, associadas ao manuseamento de peças de artilharia.
E uma vez mais, o Forte do Alqueidão ficou povoado de fantásticas peças de artilharia, dando a conhecer a todas as comarcas circundantes que em Sobral de Monte Agraço é muito viva e dinâmica a preocupação pela preservação do respetivo património histórico-cultural!
Tivemos ainda uma situação singular relacionada com o nosso soldado de infantaria Palanca, que a certa altura descobriu uma nova vocação, associada a observação dos movimentos das tropas adversárias, através do uso de um óculo de época.
Pelos vistos, ninguém conseguia observar tão bem o "inimigo", como o nosso amigo Palanca...
Todavia, por muito bem escondidos que estivessem, os soldados franceses foram sempre "descobertos" pelo nosso soldado Palanca, com o seu óculo especial...
Como era previsível, a valentia e a coragem do exército luso-inglês foi suficiente para defender o Forte do Alqueirão dos avanços do exército imperial francês!
É necessário sublinhar que os combates histórico-militares desenvolvidos no decurso deste evento no Forte do Alqueidão tiveram exclusivamente como objetivo proporcionar ao numeroso público presente neste evento precisamente uma demonstração deste tipo de ações, porquanto neste local propriamente dito não chegaram a realizar-se combates.
Uma descrição sumária acerca dos vários combates realizados na zona envolvente das Linhas de Torres Vedras, neste período histórico, pode ser encontrado
AQUI.
Na noite de sábado foi realizada uma cerimónia de agradecimento no Cine-teatro de Sobral de Monte Agraço, com a entrega de uma prenda simbólica aos representantes de todas as associações e grupos presentes neste evento, onde se incluiram duas associações culturais provenientes de Espanha.
Conforme já tivemos oportunidade de manifestar às pessoas diretamente responsáveis, este evento foi do agrado de todos os recriadores históricos presentes, que se sentiram muito bem recebidos e acolhidos em Sobral de Monte Agraço, por todas as pessoas envolvidas na respetiva organização
Este evento teve o indispensável enquadramento histórico-cultural; os locais onde
foram desenvolvidas as várias ações reuniam todas as condições para o
efeito; foram proporcionados aos recriadores históricos condições adequadas ao nível do alojamento e das refeições; foram fornecidas e estavam atempadamente disponíveis todas as necessárias condições logísticas, para permitir um desenvolvimento pontual e adequado de todas as vertentes do programa.
Quem conhece por dentro a organização deste tipo de eventos sabe que estes resultados só acontecem quando existe zelo, interesse e dedicação, por parte de todos os elementos integrados na respetiva organização, sendo por isso devido o necessário reconhecimento e agradecimento ao Município de Sobral de Monte Agraço, na pessoa do Sr. Eng. José Alberto Quintino, ao Centro de Interpretação das Linhas de Torres, na pessoa da Srª Drª Sandra Oliveira, bem como a todos os(as) nossos(as) amigos(as) da Associação de Cultura e Recreio 13 de Setembro de 1913, para além de todos os demais elementos direta ou indiretamente associados à organização deste fantástico evento.
Por último, mas não em último, este evento demonstrou também o interesse e a pertinência da integração do Município de Sobral de Monte Agraço na chamada REDE IBÉRICA NAPOLEÓNICA, que congrega um cada vez maior número de municípios portugueses e espanhóis e que possui um potencial muito interessante ao nível da projeção além-fronteiras deste património cultural, numa perspetiva do desenvolvimento turístico (Turismo Histórico-militar) e do indispensável desenvolvimento económico que ao mesmo pode estar associado.
É também nesta perspetiva que se vem entendendo que a atividade do Grupo de Reconstituição Histórica do Município de Almeida deve ser cada vez mais direcionada à promoção dos interesses e dos objetivos que estão inerentes à REDE IBÉRICA NAPOLEÓNICA, de molde a focalizar e a gerir da melhor maneira possível a disponibilidade e a generosidade dos(as) nossos(as) fantásticos(as) associados(as).
Na verdade, esta disponibilidade e generosidade dos nossos elementos civis e militares, ficou uma vez mais demonstrada através de uma participação maciça neste evento, que teve lugar no final de semana imediatamente seguinte ao exigente evento realizado em Astorga, Espanha, implicando que vários dos nossos elementos tivessem saído e regressado aos seus domicílios de madrugada, de molde a estarem presentes no Sobral, no dia de sábado.
ALMA ATÉ ALMEIDA!
Autoria das imagens:
Carlos Marques,
AMBV,
António Pereira,
António Lúcio,
Armando Rui.
Pedro Casimiro