Como eu tenho a certeza absoluta que todos os bravos soldados do GRHMA aproveitam o fim-de semana para visitar o nosso Blog em busca de mais actualizações técnicas e tácticas, venho aqui colocar mais um post informativo da maior relevância técnica (ou quase...).
Está em causa a peça de equipamento mais importante de um soldado do início do séc. XIX: o mosquete. Haveria muita coisa que se dizer sobre este tema. Eu aqui não irei fazê-lo, para não arriscar exibir demasiado a minha ignorância na matéria, razão pela qual vou optar por manter as coisas simples e directas.
Na primeira imagem supra indicada temos um mosquete modelo "Long land", introduzido ao serviço de Sua Magestade (Reino Unido) no início do séc XVIII, sendo este o modelo com as modificações introduzidas em 1742. Não se sabendo bem quando, nem por quem, esta arma a partir de certa altura passou a ser apelidada de "Brown Bess", que se pode traduzir, em termos mais ou menos livres, por "Bess Castanha", sendo "Bess" um nome feminino.
Este mosquete é também um modelo "Long land", com as modificações introduzidas em 1756, designadamente ao nível da respectiva fecharia. O primeiro modelo tinha uma dimensão global de 159 cm e o segundo de 146 cm, o que, além do mais, o tornava mais leve e manejável. O primeiro modelo é aquele que é usado pelo GRHMA em recriações históricas, porque alguém entendeu que os homens da Beira Alta como são muito musculados, gostariam é de mosquetes pesados. Embora fossem peças já ligeiramente anacrónicas para a época das invasões francesas, foram ainda usados pelas nossas tropas.
Aqui temos o mosquete modelo "Short land", com a dimensão de 149 cm. As diferenças entre este modelo e os anteriores situam-se principalmente ao nível do peso e da dimensão. Lá está, mais um aspecto perfeitamente indiferente para as nossas tropas...
Por fim, temos aqui a arma que os nossos soldados de infantaria gostariam de ter se não fossem tão fortes e musculosos: o modelo "India pattern" do mosquete Brown Bess. Esta arma mede apenas 140 cm e pesa cerca de 4,3 Kg (os actuais pesam cerca de 4,7 Kg).
Este foi sem qualquer dúvida o modelo mais utilizado quer pelas nossas tropas, quer pelas tropas inglesas, no decurso da Guerra Peninsular e quem sabe se um dia destes podemos de ter a sorte de arranjar alguns exemplares (talvez quando sair o Euromilhões a algum elemento do grupo...).
Como todos sabem, o exército Português ficou praticamente arruinado na sequência da Primeira Invasão Francesas, verificada em 1807. O equipamento militar que não foi apreendido pelo exército Francês, foi destruído. A reorganização do Exército Português á partir de 1809, sob a orientação de William Carr Beresford, exigiu um enorme esforço em termos de treino, organização e equipamento.
E os mosquetes Brown Bess constituíram uma parte importante desse equipamento, pois sendo as armas em uso pelo Exército Inglês da altura, foram estas as armas enviadas para os soldados do nosso exército, tanto mais que se desejava uma uniformidade de termos de procedimentos e equipamento entre os dois exércitos, de molde a facilitar a cooperação entre ambos em termos operacionais.
É esta a razão pela qual utilizamos estas peças na nossa actividade.
Pedro Casimiro
Olá Pedro ! Possuo um Brown Bess gravado com a representação de um (suponho) elefante carregando uma coroa. Que Brown Bess é este ? Um abraço Christian
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