Aqui fica uma nota relativa a um evento a não perder, com o selo de qualidade do Museu Histórico-militar de Almeida!
Trata-se de exposição temporária evocativa das práticas médicas e cirúrgicas durante a Guerra Peninsular, que evidencia a precariedade (pelos padrões da modernidade) das condições de higiene e de trabalho dos profissionais de saúde do início do séc. XIX.
Nesta exposição estará patente um conjunto de elementos que irão contribuir para avaliar as práticas cirúrgica utilizadas, de natureza curativa e preventiva, relativamente à maioria das maleitas
que afligiam os soldados, bem como alguns tratamentos possíveis e aplicados
aos ferimentos infligidos em combate durante as Campanhas Peninsulares,
com destaque especial para os instrumentos de amputações, trepanações e de
exploração de feridas
Um dos grandes desafios para os serviços médicos nas
guerras peninsulares foram as infeções decorrentes de tratamentos tardios, motivados por inadequação da evacuação para o hospital de campo. Houve casos em que os feridos ficavam vários dias abandonados no campos de batalha, resultando na morte da maioria deles.
A exposição é constituída por uma mostra de materiais
(réplicas) que nos remete para a prática cirúrgica e de enfermagem dos quais se destaca: a maca de lona e um estojo de transporte em madeira contendo vários
instrumentos de cirurgia, componentes naturais (animais e vegetais) e químicos
para a prática medicamentosa e farmacêutica e demais tratamentos. Esta mostra é
acompanhada por uma panóplia de fotografias e textos que procuram
contextualizar os objetos existentes. Esta exposição tem como principal missão
enriquecer a Sala das Guerras Peninsulares do Museu
Histórico-militar de Almeida, sendo esta uma realidade não explorada na
exposição permanente.
A esmagadora maioria dos objetos em exposição pertence à coleção particular do nosso associado
Joaquim Guedes, que amavelmente os cedeu para realização deste evento e que constituem um espólio verdadeiramente único, a nível nacional e internacional.
Aqui fica mais um motivo para uma viagem até à magnífica fortaleza de Almeida!
Pedro Casimiro