Caríssimos(as),
Conforme previsto e previamente agendado, no passado fim de semana realizou-se a Recriação Histórica evocativa da Batalha do Vimeiro, co-organizada pelos nossos camaradas e amigos da
Associação para a Memória da Batalha do Vimeiro (AMBV), que contou com a presença de recriadores históricos provenientes de Portugal, Espanha, França e Reino Unido.
Aqui podemos ver à direita da imagem um dos destacamentos de infantaria inglesa, composto por elementos provenientes de uma associação de recriadores históricos de Arroyomolinos (28th North Gloucestershire).
Nesta imagem temos, à esquerda, alguns dos nossos amigos franceses, que fizeram alguns milhares de quilómetros para também poderem estar presentes neste evento e colaborar na realização do mesmo.
Como é habitual em qualquer evento, os soldados de infantaria do GRHMA fazem sempre um treino preparatório, antes dos combates propriamente ditos (imagem de
Carlos Marques).
Todavia, neste evento o treino revelou-se de certo modo problemático, uma vez que as tropas sentiram uma atração fatal pela praia, que estava ali tão perto e quase foi preciso recorrer à aplicação de sanções disciplinares, para conseguir que os soldados se apresentassem ao serviço à hora combinada...
Mas o esforço dos nossos soldados acabou por ser recompensado!
Uma vez mais, os soldados portugueses mostraram a sua perícia e a sua valentia no campo de batalha, contribuindo de um modo decisivo para a repetição do resultado alcançado pelos nossos avoengos, há mais de duzentos anos!
No entanto, os franceses venderam cara a derrota, tanto mais que a certa altura os nossos soldados tiveram de colocar um joelho em terra, para evitar o fogo adversário...
Um reflexo da dureza dos combates pode constatar-se no nosso Regimento
de Artilharia nº 4, que sofreu tantas baixas nos seus soldados que, a
certa altura, teve de converter algumas das valentes senhoras do
departamento civil do GRHMA em artilheiras (imagem de
Carlos Marques)!
Já os nossos camaradas e amigos do destacamento de marinha da Brigada de Artilharia Naval e Guerra (Associação Portuguesa de Recriação Histórica) não tiveram de recorrer à ajuda de elementos femininos "externos", mas apenas por uma razão muito simples: porque os elementos femininos já vinham incluídos neste destacamento (imagem de
Carlos Marques)...
As pausas nos combates permitiam quer algum descanso aos soldados, quer apreciar a excelente bandeira regimental esquartelada, presente no campo de batalha (imagem de
Carlos Marques).
E aqui podemos ver o soldado porta-bandeira, do RI nº 19, que teve o privilégio de ser rebatizado de "Zé Maria"! Parabéns!
(imagem de Carlos Marques)
Por seu lado, o comandante do GRHMA esteve praticamente de serviço em permanência, durante todo este evento.
Aliás, mesmo durante o período noturno o nosso comandante esteve de vigília, graças ao sonoro ressonar de um dos seus companheiros de quarto...
E aqui temos o soldado responsável pelo aludido ruidoso ressonar noturno (cabo de artilharia António Guedes), que motivou a vigília noturna do comandante do GRHMA, que aqui podemos ver à sombrinha e com um ar perfeitamente repousado e satisfeito.
Isto de andar constantemente a comer tremoços, pevides, amendoins e outros acepipes do género, faz mesmo maravilhas ao sono e à saúde...
Outro elemento do GRHMA que tem uma saúde de ferro, apesar das suas sete décadas, é o nosso Coronel Faria e Silva, que nenhum soldado consegue ultrapassar nas marchas mais longas e difíceis!
E aqui podemos ver os oficiais portugueses presentes neste evento, a usufruir de um merecido descanso proporcionado por um fardo de palha (imagem de
Carlos Marques).
A aqui temos a nossa Paulinha, que já é conhecida como sendo uma das mais competente fotógrafas que alguma vez participaram em recriações históricas, mas que provavelmente vai evitar as "sangrias" do Vimeiro durante os próximos tempos (private joke...).
E no domingo, nada como trazer os trajes domingueiros!
Aqui podemos ver duas elegantes senhoras do departamento civil do GRHMA a exibir os seus excelentes vestidos de época, do estilo império (imagem de Carlos Marques).
Aliás, os vestidos usados pelas senhoras do departamento civil do GRHMA começam a deixar os nossos soldados muito sonhadores, como podemos constatar no caso do nosso cabo de infantaria António Coelho (a quem, pelos vistos, ninguém consegue convencer a colocar as insignias de cabo no seu uniforme...)
Já o nosso sargento Carlos Alves parece nem ter tempo para apreciar as vestimentas de época, das senhoras que circulavam por este evento, pois andava sempre ocupado a verificar as armas e o equipamento...
E aqui podemos ver uma das imagens mais icónicas deste evento, em que os elementos do GRHMA se fizeram acompanhar pela cabrita "Mimi" (que está ao colo do cabo Coelho, a meio da imagem), que esteve prestes a converter-se na mascote oficial do GRHMA! (imagem de
Carlos Marques).
E quem é a cabrita "Mimi" estarão já os, numerosos e fieis, seguidores deste blogue a perguntar?
Eu vou passar a descrever esta ESTÓRIA, já que assisti pessoalmente ao desenrolar de todos os factos, que vou apelidar de:
"A Aventura da Cabrita Mimi"
Tudo começou quando o nosso soldado Tó Soares (que podemos ver na imagem supra) sentiu uma necessidade premente de fazer uma contribuição, pessoal e ainda mais relevante, para o sucesso do evento do Vimeiro.
E passando de imediato à ação, como é seu hábito, aproximou-se do local onde, no Mercado Oitocentista, estava a decorrer um leilão de vários produtos regionais, com vista à angariação de fundos para uma obra de caridade.
Sucede que de imediato o nosso soldado Tó Soares vislumbrou, no meio dos referidos produtos regionais, uma lustrosa cabrita anã que despertou o seu interesse e que mais tarde alguém (com muita imaginação...) apelidou de "Mimi".
E logo chegou a vez da cabrita "Mimi" ser leiloada!
Todavia, os lances oferecidos pela cabrita "Mimi" não faziam justiça ao seu real e verdadeiro valor comercial, pois a oferta mais elevada apresentada não excedia os 25 euros.
Existia, portanto, aqui o risco da ocorrência de um prejuízo muito sério, associado ao facto de a obra de caridade beneficiária não obter o rendimento financeiro que merecia, proveniente do leilão deste pequeno animal.
Porém, riscos destes é que o nosso soldado Tó Soares não podia aceitar!
E vai daí que este nosso soldado, com uma voz forte e autoritária, dirigiu ao leiloeiro as seguintes palavras, que se revelaram proféticas:
TRINTA EUROS!
Ora, como todos já devem ter adivinhado, o nosso camarada Tó Soares acabou por se tornar no feliz proprietário da cabrita "Mimi", adquirida pela módica quantia de 30 euros!
Vê-se mesmo que o nosso Tó Soares tem "olho" para o negócio dos leilões...
Terá de ficar para uma outra ocasião, o final de "A Aventura da Cabrita Mimi"...
(destacamento do Regimento de Infantaria nº 19, da ABMV)
É devido um reconhecimento e agradecimento muito especial a todos os responsáveis pela organização deste evento, a todos os nossos(as) amigos(as) do Vimeiro e a todos os nossos camaradas e amigos(as) da AMBV, pelo generoso acolhimento e muitas atenções dispensadas a todos os elementos do GRHMA, reiterando que poderão contar com a nossa amizade e colaboração, sempre que for necessário.
Pedro Casimiro