Caríssimos(as),
Caríssimos(as),
E aqui temos mais uma excelente iniciativa cultural em Almeida, numa perspetiva que, sem dúvida, irá agradar a miúdos e a graúdos.
Trata-se de uma exposição que recria múltiplos episódios e cenários alusivos ao famoso Cerco de Almeida, ocorrido no mês de agosto de 1810, no decurso da chamada Terceira Invasão Francesa, comandada por André Massena.
A particularidade esta exposição traduz-se no facto de que na mesma feita base à base das internacionalmente famosas peças da Playmobil, que são um reconhecido instrumento de natureza didática e pedagógica, que desta vez é posto ao serviço da divulgação da História de Portugal e do património histórico-cultural de Almeida.
Este evento conta com a organização da excelente Associação Espanhola de Colecionadores de Palymobil, demonstrando-se assim uma vez mais o impacto que as dinâmicas associativas podem ter ao nível da promoção e da divulgação cultural.
Parabéns a todos(as) os(as) envolvidos(as) nesta excelente iniciativa.
Pedro Casimiro
Aqui temos mais uma demonstração da iniciativa e da vitalidade do Município de Almeida, ao nível do desenvolvimento de estratégias de promoção e divulgação do território e do respetivo e imenso património, material e imaterial, do respetivo concelho.
Neste caso concreto, o recurso utilizado para o efeito é aplicação denominada "Conhecer Almeida", que por sua vez tem subjacente a App X-PLORA que se destina a guiar "os utilizadores numa visita a um centro interpretativo, a uma cidade ou a um parque, de uma forma imersiva e interativa" permitindo entregar ao visitante "informação contextualizada (vídeos, imagens e áudio), determinada pela localização exata, perfil e interesses do utilizador, com funcionalidades de georeferenciação, realidade aumentada e virtual, som 3D, gamificação e visitas inclusivas para os diferentes perfis de visitantes".
Trata-se de um projeto que também contou com a colaboração do GRHMA, conforme foi anunciado neste espaço no post de 6 de março de 2020, intitulado "A tecnologia ao serviço da divulgação do Turismo Militar, no concelho de Almeida".
Pedro Casimiro
Caríssimos(as),
E que tal o desenvolvimento de processos de gamificação, associados ao desenvolvimento do turismo histórico-militar?
A princípio pode soar estranho, mas talvez esta seja uma ideia com futuro, ao nível da criação de estratégias inovadoras, e fidelizadoras, em sede do desenvolvimento turístico.
Conforme vêm referindo alguns investigadores, vivemos num universo predominantemente digital, em que as pessoas buscam, com alguma avidez, experiências singulares e únicas, cujo envolvimento resulte em estímulos multisensoriais, o que muitas vezes é possível encontrar na chamada realidade virtual, ou nas chamadas narrativas transmediáticas.
É neste contexto que se vem assistindo a uma cada vez maior e diversificada utilização de aplicações e dispositivos móveis (ex: realidade aumentada) com múltiplas finalidades, em especial e na parte que aqui interessa, em viagens e turismo.
Aplicados ao turismo, os processos de gamificação, também apelidados de visitas-jogo, podem ser utilizados como instrumentos privilegiados ao nível da descoberta de monumentos e de localidades, da respetiva história, bem como dos respetivos antecedentes culturais e sociais.
Podem também ser usados como instrumentos para o visitante (i.e. turista) criar novas interpretações e narrativas, necessariamente individuais e personalizadas, associadas a esses mesmos monumentos e localidades.
Estamos, por isso, perante aquilo que pode ser encarado como uma ferramenta de mediação, que se destina a contribuir para aproximar o património (material e imaterial) do público em geral, numa perspetiva lúdica, mas que também pode e deve ter componentes didáticas e até mesmo pedagógicas.
Nesta perspetiva e pressupostos, haverá um campo de aplicação mais apropriado para este tipo de dinâmica do que o turismo histórico-militar, enquanto vertente do chamado turismo cultural?
A pergunta, como já devem ter adivinhado, é absolutamente retórica, porquanto a resposta só pode ser positiva.
Portugal, com o seu riquíssimo e quase milenar património histórico-militar, possui um potencial invejável a este nível, que pode ser modelado e apresentado ao chamado turista cultural, na forma de um produto turístico simultaneamente singular e apelativo, suscetível de contribuir para o desenvolvimento económico de múltiplas regiões do nosso país, em especial das mais periféricas.
Um (entre outros) exemplo interessante que pode ser citado nesta temática é o jogo "Portugal 1111 - A conquista de Soure", que foi desenvolvido no ano de 2004 e resultou de uma parceria entre o Município de Soure, investigadores da Universidade de Coimbra e uma empresa de multimédia.
E sem dúvida que múltiplos concelhos da raia, como o concelho de Almeida, possuem todos os necessários requisitos, enquanto localidades detentoras de patrimónios históricos abrangentes e diversificados, que podem servir de base para a criação de produtos turísticos desta natureza, em especial nos períodos das Invasões Francesas e da Guerra da Restauração, mediante a criação de plataformas digitais potenciadoras do turismo histórico-militar.
Talvez esta seja mais uma possibilidade para o desenvolvimento de mais parcerias publico-privadas, em benefício das nossas regiões do interior, belíssimas, mas periféricas.
Pedro Casimiro