(Exemplar de uma manta de Minde)
Depois de pensar nos capotes, nas
sobrecasacas e nas noites frias do próximo acampamento histórico em que o GRHMA vai participar Espanha, para próximas comemorações do bicentenário da Batalha de Vitória (ocorrida em 21 de junho de 1813),
onde o Regimento n.º 23 recebeu a mais alta distinção militar da altura, por bravura, aqui fica uma referência a mais uma peça de equipamento indispensável para o soldado: a manta.
Os regimentos portugueses participantes nesta batalha foram
agraciados com uma bandeira pelo Príncipe Regente Dom João, com as Armas Reais
circundadas com a seguinte frase:
“Julgareis qual he mais
excelente
Se ser do Mundo Rei, ou de tal gente”
Esta distinção seria conservada
para memória, extinguindo-se à morte do último homem da batalha de Vitória,
tenha ele sido oficial, oficial inferior ou soldado.
Esquecendo este à parte, vamos
falar em mais um dos acessórios essenciais que faziam parte do equipamento do soldado da
época:
AS MANTAS DE PANO DE MINDE
Após consulta do Plano de Uniformes de 1806 e de
algumas listagens do Arsenal, verifica-se a existência de compra e distribuição, pelo exército aos soldados,
de mantas especificamente de uma aldeia freguesia de Minde, concelho de Alcanena, localizada no distrito de Santarém.
Não havendo nestas listagens quaisquer referências
ou normativas quanto às cores utilizadas, partiu-se para uma consulta ao museu local, denominado "Museu Aguarela Roque Gameiro", na tentativa de encontrar referências históricas desta atividade, que deveria ser industrial, tal seria o volume das encomendas para o exército português.
Desta pesquisa resultou apenas uma pequena informação, dado que no museu não existe qualquer documento, memória ou oralidade deste fornecimento. O que nos foi dito é que anteriormente ao século XX apenas eram fabricadas as ditas "mantas pretas" que, paradoxalmente, podiam ter duas cores: o branco e o castanho, que eram as cores naturais das lãs. Podiam ter barras brancas ou castanhas, alternadas com a cor do fundo da manta.
(referência constante do Plano de Uniformes de 1806)
Aqui fica a sugestão de aquisição deste equipamento, por parte dos nossos soldados, com vista a promover (uma vez mais) o rigor histórico nesta nossa atividade.
Eugénia Guedes