Caríssimos(as),
Na sequência de centenas (quiça milhares...) de insistentes pedidos dos nossos(as) seguidores(as), venho dar continuidade à sequência de imagens relativas ao Cerco de Almeida, desta vez reportadas à Marcha e
Combate do Côa.
Os duros combates realizados no sábado à noite não demoveram as tropas de se levantarem bem cedo na manhã de domingo, com vista à realização da suave marcha de cerca de 5 quilómetros, através de montes e vales, até ao rio Côa, destinada a recriar o combate ocorrido no dia 24 de julho de 1810 e que antecedeu a realização do Cerco de Almeida.
Originalmente, neste combate esteve envolvida a chamada Divisão Ligeira do Exército Luso-inglês, comandada pelo Brigadeiro
Robert Craufurd, com cerca de cinco mil homens e um Corpo de Exército Imperial Francês, comandada pelo Marechal
Michel Ney, com cerca nove mil homens. Esta desproporção em termos de forças em presença obrigou a uma retirada precipitada da Divisão Ligeira através dos campos circundantes da fortaleza de Almeida, na altura ainda na posse do Exército Luso-inglês, até à Ponte do Rio Côa, de molde a evitar ser totalmente destruída ou capturada pelo Exército Imperial Francês.
Como é sempre habitual, a chegada do Exército Imperial Francês despoletou o pânico generalizado na população civil, com receio dos excessos e desmandos cometidos pelos soldados franceses.
Embora, como também é habitual, existam sempre mulheres de armas corajosas, que não se deixam intimidar pela marcha de um Exército inimigo e preferem aguardar serenamente a respetiva chegada, com uma arma carregada na mão...
As colunas francesas, em passo acelerado, fizeram todos os esforços possíveis para tentar reescrever a História e, desta vez, conseguir encurralar a referida Divisão Ligeira do Exército Luso-inglês, impedindo a respetiva chegada e subsequente retirada através da Ponte do rio Côa.
No entanto, houve um fator com que os franceses não contaram, que foi a corajosa resistência da população portuguesa!
Na verdade, depois de vencido o choque inicial, os bravos populares da Beira Alta fizeram sucessivos ataques de guerrilha às colunas francesas, tentando por esta via atrasar a respetiva progressão e permitir a retirada dos soldados luso-ingleses.
Todavia e como seria de esperar, foi preciso pagar um preço por este corajoso esforço!
Os elementos da guerrilha acabaram por sofrer pesadas baixas ao longo do percurso, pois estavam equipados apenas com armas rudimentares, enquanto que os soldados franceses, para além de numerosos, eram experientes e bem armados.
No entanto, o esforço dos populares acabou por dar bons resultados!
Uma vez mais e tal como há cerca de 200 anos atrás, o exército aliado alcançou a Ponte do rio Côa antes da chegada dos franceses, tendo-se de imediato posicionado para proteger a respetiva passagem.
Quem não ficou muito agradado com esta situação foi, de facto, o General Francês, que de imediato e através de vagas sucessivas, ordenou a realização de diversos assaltos à Ponte, com vista a conseguir forçar a sua passagem.
Porém, esse objetivo não foi conseguido, graças à corajosa resistência dos soldados de infantaria de linha do Exército Aliado!
E graças à pontaria certeira dos soldados de infantaria ligeira, presentes no combate.
Este combate também ficou marcado por um duríssimo duelo de artilharia, pois os franceses recorreram a todos os expedientes possíveis para forçar a entrada na Ponte!
No entanto, tudo ficou bem, porque acabou em bem!
Os duros combates antecedentes não impediram que, no final, todos os recriadores históricos presentes se reunissem numa formatura geral, a fim de trocarem saudações fraternais e participarem na cerimónia de encerramento de mais uma fantástica edição do Cerco de Almeida.
O encerramento do evento junto à Ponte do rio Côa possibilitou a realização de uma significativa e emotiva cerimónia, junto à placa evocativa do falecimento do nosso querido camarada e amigo Dr. Paulo Amorim, recordando a memória dos nossos amigos recriadores históricos já falecidos, de todas as nacionalidade e em especial a recente partida de D. Pedro Soriano Heredia, da Associacion Bailen por la Independencia.
O final do evento ficou marcado pela cerimónia do arriar das bandeiras representativas das nacionalidades de todos os recriadores históricos participantes, bem como pela audição dos respetivos hinos nacionais.
Excecionalmente e graças à disponibilidade e à generosa colaboração dos párocos de Almeida, após as cerimónias finais do evento realizou-se uma Missa Campal junto à Ponte do rio Côa.
Sendo que, nesta cerimónia também esteve presente uma delegação de corajosos soldados de infantaria e de artilharia do GRHMA, que se dispuseram a participar na mesma em pé e após uma manhã que começou bem cedo e esteve cheia de duras marchas e de esforçados combates.
Bem haja pelo esforço e dedicação destes nossos soldados!
Autoria das imagens: Paulinha,
Carlos Marques,
Valischka,
Fernando,
Histoarts.
Pedro Casimiro