segunda-feira, 1 de março de 2021

A Gamificação (ou visita-jogo) no Turismo Histórico-militar.

 

Caríssimos(as),

E que tal o desenvolvimento de processos de gamificação, associados ao desenvolvimento do turismo histórico-militar?

A princípio pode soar estranho, mas talvez esta seja uma ideia com futuro, ao nível da criação de estratégias inovadoras, e fidelizadoras, em sede do desenvolvimento turístico. 

Conforme vêm referindo alguns investigadores, vivemos num universo predominantemente digital, em que as pessoas buscam, com alguma avidez, experiências singulares e únicas, cujo envolvimento resulte em estímulos multisensoriais, o que muitas vezes é possível encontrar na chamada realidade virtual, ou nas chamadas narrativas transmediáticas. 

 É neste contexto que se vem assistindo a uma cada vez maior e diversificada utilização de aplicações e dispositivos móveis (ex: realidade aumentada) com múltiplas finalidades, em especial e na parte que aqui interessa, em viagens e turismo.

Aplicados ao turismo, os processos de gamificação, também apelidados de visitas-jogo, podem ser utilizados como instrumentos privilegiados ao nível da descoberta de monumentos e de localidades, da respetiva história, bem como dos respetivos antecedentes culturais e sociais.

Podem também ser usados como instrumentos para o visitante (i.e. turista) criar novas interpretações e narrativas, necessariamente individuais e personalizadas, associadas a esses mesmos monumentos e localidades.

Estamos, por isso, perante aquilo que pode ser encarado como uma ferramenta de mediação, que se destina a contribuir para aproximar o património (material e imaterial) do público em geral, numa perspetiva lúdica, mas que também pode e deve ter componentes didáticas e até mesmo pedagógicas.

Nesta perspetiva e pressupostos, haverá um campo de aplicação mais apropriado para este tipo de dinâmica do que o turismo histórico-militar, enquanto vertente do chamado turismo cultural?

 A pergunta, como já devem ter adivinhado, é absolutamente retórica, porquanto a resposta só pode ser positiva.

Portugal, com o seu riquíssimo e quase milenar património histórico-militar, possui um potencial invejável a este nível, que pode ser modelado e apresentado ao chamado turista cultural, na forma de um produto turístico simultaneamente singular e apelativo, suscetível de contribuir para o desenvolvimento económico de múltiplas regiões do nosso país, em especial das mais periféricas.

Um (entre outros) exemplo interessante que pode ser citado nesta temática é o jogo "Portugal 1111 - A conquista de Soure", que foi desenvolvido no ano de 2004 e resultou de uma parceria entre o Município de Soure, investigadores da Universidade de Coimbra e uma empresa de multimédia.

E sem dúvida que múltiplos concelhos da raia, como o concelho de Almeida, possuem todos os necessários requisitos, enquanto localidades detentoras de patrimónios históricos abrangentes e diversificados, que podem servir de base para a criação de produtos turísticos desta natureza, em especial nos períodos das Invasões Francesas e da Guerra da Restauração, mediante a criação de plataformas digitais potenciadoras do turismo histórico-militar. 

Talvez esta seja mais uma possibilidade para o desenvolvimento de mais parcerias publico-privadas, em benefício das nossas regiões do interior, belíssimas, mas periféricas.


Pedro Casimiro

 

3 comentários:

  1. Muito boa ideia. E agora que estamos confinados porque não fazer-se visitas guiadas, através de programas online, aos locais de maior interesse - tipo museu online. criar a sugestão no subconsciente colectivo para de futuro ganhe-se vontade e crie-se disponibilidades para conhecer in loco os lugares famosos da historia militar do nosso país.

    Att

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  2. E além disso, junta-se o útil ao agradável, com a introdução de fatores lúdicos e de diversão, especialmente apelativos para públicos mais jovens.

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  3. boa tarde, se estiverem interessados em por a ideia em pratica, temos experiencia e tecnologia contactem www.ubisistemica.com pelo 96 025 75 12

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