quarta-feira, 28 de março de 2012

Festa do Bucho - Freineda, dia 18 de Março de 2012(2)


Caríssimos, 
A pedido dos nossos numerosos (...) seguidores, aqui ficam mais algumas imagens relativas a este evento, que no passado dia 18 de Março decorreu na simpática e acolhedora aldeia de Freineda.
E para começar, aqui fica uma foto de "família", com a maioria dos elementos presentes neste evento, que, a começar da esquerda para a direita, são os seguintes:

Bráz;
Morgado (que um dia destes vai mesmo aprender a tocar o tambor...);
Armindo (sempre com um olhar carinhoso para a sua peça de artilharia favorita);
Não reconheço o soldado que está a seguir na linha, até porque está de óculos escuros - facto que aliás dá automaticamente direito a receber um "prémio";
Mário (o nosso super-cabo de serviço);
El Xico! (ó Xico, vê lá mas é se começas as fechar as pernas, senão a malta ainda pensa mal de ti...)
Guedes (olhem só para a carinha dele e lá atrás as muletas escondidas...há malta que já tem idade para ter juízo. Por outro lado, malta com o juízo todo não serve para ser soldado na nossa guerra!);
Rolim (o soldado que mais aprecia ficar em serviço de sentinela...);
Palanca;
Nabais;
Miguel;
Guto;
Coelho;
Eunice (a nossa mulher-soldado de estimação);
E na extrema direita da linha temos o nosso homem do Arsenal, o Paulo Amorim (o qual se esqueceu do pescocinho em casa, outra vez...mais um motivo para aplicação do "prémio"...).


E agora é possível visualizar o procedimento final de disparo da peça de artilharia.

Depois de finalizado o carregamento da peça, o artilheiro nº 3 dá a voz de "Peça pronta a disparar!"


Depois de verificar que a peça pode ser disparada em segurança e sem colocar em risco outros soldados ou o público assistente, o artilheiro nº 3 dá a ordem de "Fogo à peça!".



E quanto ao resto...o resto é HISTÓRIA!

ALMA ATÉ ALMEIDA!


Pedro Casimiro

segunda-feira, 26 de março de 2012

Festa do Bucho - Freineda, dia 18 de Março de 2012


Caros amigos,
Devido a imperativos de ordem organizacional e logítistica, verificou-se uma alteração do calendário originalmente previsto. 
Originalmente estava prevista a realização da Escola do Soldado por altura da realização da famosa (e saborosa...) Festa do Bucho, em Freineda. Todavia, devido à impossibilidade da presença de vários elementos, não se realizaram os habituais procedimentos associados à Escola do Soldado, tendo a presença do GRHMA se limitado a uma pequena demonstração técnica e táctica, que serviu para desenferrujar as armas e os canhões.


Aqui podemos ver as esquadras de infantaria e artilharia a posicionarem-se no largo que se situa em frente ao monumento a Wellington.
Conforme já referi em anteriores "posts", a casa que é possível ver no fundo da imagem corresponde à casa original que serviu de quartel-general ao General Wellington durante os invernos de 1811-1812 e de 1812-1813.


Uma das esquadras de artilharia já se encontra posicionada e pronta para "combater".

O nosso sargento Guedes não conseguiu deixar de estar presente neste evento, mesmo com uma perna acabada de engessar e a precisar de fisioterapia, depois de um acidente a jogar futebol.

Eu sempre lhe disse que jogar futebol era mais perigoso do que andar aos tiros com canhões...


Nesta imagem podemos ver o nosso bravo soldado de artilharia Armindo a cuidar da sua peça de artilharia favorita.
O Armindo é muito carinhoso para o seu material de guerra e, segundo ouvi dizer, desta vez não foi excepção.
Desta vez, segundo dizem, ele dirigiu à sua peça de artilharia favorita as seguintes palavras:

- "então minha linda, tiveste muitas saudades minhas?"

- "não te preocupes que agora o Armindo está cá para cuidar de ti"

- "para comemorarmos o primeiro tiro do ano, até vou pedir aqui ao meu camarada artilheiro para te colocar uma carga de pólvora a dobrar!"

Isto é mesmo uma ternura que até dá gosto ver...


Aspecto geral do largo de Freineda, no momento em que uma esquadra de infantaria realiza uma descarga.

Pedro Casimiro

quinta-feira, 15 de março de 2012

Exposição do Museu Militar de Lisboa "200 Anos da Guerra Peninsular" - Associação Napoleónica Portuguesa(5)

(serviço original de chá e café em louça negra inglesa, dedicado a Wellington)


Caríssimos,
Venho colocar o último "post" relativo a imagens da já mencionada exposição em curso no magnífico MML, desta vez relativas a artefactos únicos que, segundo creio, fazem parte do espólio desta instituição.

Deixo aqui uma vez mais um agradecimento especial ao nosso Presidente e amigo Faria e Silva, pela cedência de um CD com estas imagens.




Nesta imagem é possível visualizar várias condecorações, cartuchos e balas de mosquete origunais.
Em Almeida, com um pouco de sorte, é possível "tropeçar" em algumas balas de mosquete originais, só com um passeio pelos campos...


A gola de serviço ou gorjal utilizado pelos oficiais nesta época era uma reminiscência de um componente das armaduras medievais


Um esboço de época com pormenores de fardamento


Nesta imagem é possível visualizar, além do mais, uma tabela da época com as cores (dos vivos, golas e canhões)  dos 24 regimentos de infantaria que participaram na Guerra Peninsular. 

Já em tempos colocamos aqui uma tabela com esta informação (que pode ser visualizada aqui). 

Pedro Casimiro

terça-feira, 13 de março de 2012

Exposição do Museu Militar de Lisboa "200 Anos da Guerra Peninsular" - Associação Napoleónica Portuguesa(4)

(infantaria francesa e lanceiros polacos, ao serviço de Napoleão)



Caros amigos,

Aqui fica mais  um "post" relativo a este excelente evento em curso junto do Museu Militar de Lisboa (MML), desta vez relativo a um conjnto de imagens de algumas das fantásticas miniaturas que fazem parte de uma colecção particular (cujo titular desconheço, mas que gostaria de poder mencionar) e que foram cedidas graciosamente para este evento.

Só pela excelente qualidade deste material vale a pena uma visita ao MML!

(cavalaria pesada - carabineiros - e infantaria francesa)

Os carabineiros, juntamente com os couraceiros, formavam a espinha dorsal da cavalaria pesada francesa, que em mais do que uma ocasião decidiu o resultado final de uma batalha.

(cavalaria ligeira - mamelucos)

Roustam Raza foi o mais famoso guarda-costas de Napoleão. Foi um dos mamelucos que este trouxe do Egipto, juntamente com muitos outros que formaram uma unidade de cavalaria de elite, que fazia parte da sua Guarda Imperial e que prestaram bons serviços em muitas batalhas.

(infantaria inglesa de linha)

(infantaria inglesa - highlanders)

Os highlanders eram maioritariamente de origem escocesa e usavam em campanha o seu tradicional kilt. Depois de os enfrentarem em combate, os seus adversários deixavam de fazer "piadas" acerca da semelhança entre o kilt e a saia feminina...

(cavalaria pesada inglesa)

A carga de cavalaria dos famosos "Scots Greys", em Waterloo, ajudou a dizimar um corpo de exército francês (comandado por D'Erlon) que se preparava para assaltar a linha de batalha inglesa.

(visão geral)

Pedro Casimiro

segunda-feira, 12 de março de 2012

Equipamento do Soldado do Início do séc. XIX(7) - por Juan Alberti

(FIGURA 1)

Caríssimos (as),

Aqui fica a última série de imagens enviadas pelo nosso amigo Juan Alberti, relativas mais algumas e variadas peças de equipamento do início do séc. XIX, que seriam tipicamente utilizadas por oficiais, em especial as ilustradas na figura 2.

Legenda:
(FIGURA 2)
1 - Carteira em couro
2 - Bolsa em couro amarelo
3 - Rolo azul com peças de equipamento (conforme imagens anteriores); o rolo verde contém uma vareta desmontada, destinada igualmente ao serviço do mosquete
4 - Bolsa em tecido com material de higiene e limpeza pessoal
5 - Bolsa em couro para transporte de moedas (porta-moedas à moda antiga)
6 - Bolsa em tecido com material de costura
7 - Bolsa para pederneiras


(FIGURA 2)

Legenda:
(FIGURA 2)
1 - Livro/diário revestido a couro, com pluma (podia servir para registar os pensamentos e as angústias do soldado...)
2 - Relógio de época com bolsa
3 - Óculos graduados (tipicamente de formato arredondado) e respectiva caixa
4 - Apitos em madeira de sargento; o maior é de modelo inglês, o menor é de modelo espanhol (os oficiais utilizavam uns semelhantes mas em metal ou em prata)
5 - Óculo telescópico
6 - Kit para escrita, em caixa de estanho (com plumas e tinteiro)
7 - Bússula
8 - Livro/diário pequeno, com lápis de carvão em bronze
9 - Livro/diário médio, com lápis de carvão em bronze


Este trabalho de divulgação das imagens destas peças fantásticas pelos interessados nestas matérias só foi possível graças à colaboração deste nosso camarada de Palma de Maiorca, que é um recriador histórico veterano e de primeira água, a quem aqui e uma vez mais deixo um agradecimento especial.


Pedro Casimiro



sexta-feira, 9 de março de 2012

Equipamento do Soldado do Início do séc. XIX(6) - por Juan Alberti

(FIGURA 1)

Caríssimos(as),

Um bom soldado tinha de possuir várias habilidades e competências, se queria sobreviver em campanha, e uma das mais importante era a capacidade de cuidar da sua própria roupa e higiene pessoal. 
Não sei se sabiam que nesta época por via de regra mais de 50% das baixas nos soldados em campanha eram provocadas por doenças de várias origens e só uma diminuta percentagem era provocada por ferimentos em combate. 

Vejamos agora algumas das peças indispensáveis neste domínio.

Legenda:
(FIGURA 1)
1 - Espelho dobrável
2 - Kit de costura com: dois tipos de tesouras, em que a mais pequena possui uma aplicação em couro para colocar nas pontas de molde a não furar a bolsa de transporte; agulhas e alfinete, que se guardam num pequeno recipiente em madeira com tampa; botões em metal e em madeira; dedal em madeira
4 - Kit para barba com: navalha de barbear, sabão, escova de dentes, pincel e vasilha para sabão e água
5 - Coto de vela para encerar os fios e facilitar a costura, bem como para fornecer luz durante a noite
6 - Vários tipos de fios para costura; o fim amarelo é próprio para cozer couro
7 - Vários tipos de cordões em couro para calçado e para reparações de equipamento
8 - Bolsa para acondicionamento do kit de costura

(FIGURA 2)

Legenda:
(FIGURA 2)
1 - Pedaço de estopa, que servia uma dupla função de limpeza da arma e de acendedor de fogueira
2 - Bolsa de enrolar em tela com ranhuras para acondicionar e transportar diversas peças de equipamento, algumas já mencionadas em posts anteriores
3 - Caixa com escova de limpeza da arma
4 - Vários medidores de pólvora
5 - Recipiente para óleo/azeite
6 - Polvorinhos
7 - Caixa para peças sobressalentes

Pedro Casimiro


quinta-feira, 8 de março de 2012

Equipamento do Soldado do Início do séc. XIX(5) - por Juan Alberti

(FIGURA 1)

Caríssimos(as),

Como tenho a certeza que esta série de imagens está a despertar um considerável interesse nos (2 ou 3) seguidores deste excelente espaço virtual, aqui fica mais uma ronda relativas a preciosidades histórico-militares do início do séc. XIX, usadas por soldados em campanha.

Legenda:
(FIGURA 1)
1 - Trapo de pano para limpeza de equipamento, com recipiente com óleo de limpeza.
O trapo e o óleo são aplicados após cada utilização da arma, para evitar a ferrugem e remover os resíduos da pólvora, em virtude de esta possuir um efeito corrosivo sobre o metal.
2 - Peça para remoção das molas dos mosquetes.
As molas dos mosquetes encontram-se em pressão permanente e só esta peça permite removê-las com segurança.
3 - Pederneiras de diferentes tamanhos, para pistola (menor), rifle (média) e mosquete (maior)
4 - Tiras em couro e chumbo para ajustar as pederneiras ao cão da arma 
No exército português da época era proibida a utilização de tiras em couro para este efeito, sendo permitidas apenas as tiras em chumbo, que não só forneciam maior aderência e fixação à pederneira, como também não corriam o risco de incendiar devido a uso e provocar acidentes, como podia suceder com as tiras em couro.
5 - Peça para protecção da fecharia do mosquete em couro ou tecido oleado.
Serve para proteger a fecharia do mosquete da água ou humidade.
6 - Medidas de pólvora em bronze para carregamento de cartuchos
A utilização deste metal e do cobre permite evitar a electricidade estática e faiscas decorrentes de manuseamento, que podem levar a uma ignição acidental de pólvora, com efeitos indesejados.
Por via de regra, um cartucho pode levar uma quantidade de pólvora situada entre 8 a 12 gramas.
7 - Recipiente com óleo em bronze
8 - Tipos diferentes de chaves de fendas
Peças que se destinam a manusear e remover diversas peças do mosquete para limpeza e ajustamento, sendo de utilização indispensável e frequente em "combate".
9 - Peça para medição do calibre da arma
10 - Agulha (pricker) e escova.
São os melhores amigos do soldado de infantaria e destinam-se a remover excessos de pólvora e limpar e caçoleta e o ouvido do mosquete, sendo indispensáveis para manter a arma operacional em "combate"
11 - Tampa em madeira para o cano da arma
Destina-se a evitar infiltrações de água ou humidades no cano do mosquete.
12 - Chaves de fendas artesanais
13 - Dois polvorinhos em bronze
Recipientes cheios de pólvora, que serviam para repor pólvora na caçoleta da arma, em caso de falha de disparo. Não é aconselhável a utilização desta peça em recriações históricas, pois à mesma está associado o risco de deflagrações indesejáveis, e potencialmente perogosas, de pólvora
14 - Um polvorinho em cobre (recipiente para o mesmo efeito)
15 - Bolsa para transporte de pederneiras e saca-trapos 

Aqui temos uma imagem de um saca-trapos.

Esta peça serve para enroscar na vareta do mosquete e destina-se a remover cartuchos não deflagrados do cano do mosquete, motivados por encravamento, que ocorre quando não se verifica a deflagração da pólvora, devido a excesso de humidade, carregamento defeituoso, ou qualquer outra causa.

Trata-se igualmente de uma peça de transporte indispensável na patrona ou na mochila de combate do soldado.


(FIGURA 2)
 
Mas claro que havia mais acessórios de época, que também cabiam na mochila!

Legenda:
(FIGURA 2)
1 - Óculos graduados com estojo em cobre e armação dobrável 
2 - Caixas em bronze (tamanho grande e pequeno)
3 - Kit para acedimento de fogueiras, composto por mecha, pederneira, pavio e lupa (o conjunto é guardado numa caixa em bronze)
4 - Variantes de caixas em estanho
5 - Caixa com xistos e gordura para olear couro
6 - Garfo artesanal
7 - Saca-rolhas dobrável


Não pensem que isto resume todo o material que o soldado de infantaria do início do séc. XIX tinha de transportar, como brevemente irão poder constatar.


Pedro Casimiro




quarta-feira, 7 de março de 2012

Equipamento do Soldado do Início do séc. XIX(4) - por Juan Alberti

(FIGURA 1)

E cá estamos mais uma vez mais com esta fantástica série de "posts" relacionados com artefactos em uso no início do séc. XIX.

O primeiro conjunto de objectos continua a estar relacionado com material habitualmente utilizado em refeições, enquanto o segundo conjunto está mais relacionado com objectos utilitários.

Legenda:
(FIGURA 1)
1 - Prato fundo, em estanho, ideal para um bom caldo
2 - Prato em estanho com entalhe para fixação na mochila de combate
3 - Pequeno copo em estanho para bebericar várias modalidades de...chá
4 -  Talheres (colheres e garfo) em metal
5 - Marmita regulamentar inglesa em estanho, composta por várias peças de encaixe


(FIGURA 2)

Legenda:
(FIGURA 2)
1 - Saca-rolhas dobrável em metal (mais uma peça de equipamento importante relacionada com o...chá)
2 - Navalha com cobertura
3 - Faca de estilo mediterrânico
4 - Faca de estilo inglês
5 - Faca de serviço pequena
6 - Navalha espanhola
7 - Navalha maiorquina
8 - Navalha asturiana (taramundi)
9 - Navalha inglesa
10 - Talheres de mesa para oficiais (ou roubados por um soldado diligente a oficiais...)
11 - Caixa em metal com especiarias e temperos vários (de gente rica ou "desviada" de gente rica...)


Pedro Casimiro

terça-feira, 6 de março de 2012

Equipamento do Soldado do Início do séc. XIX(3) - por Juan Alberti

(FIGURA 1)

Caríssimos,

Através, uma vez mais, da inestimável colaboração do nosso amigo Juan Alberti, vai ser possível publicar aqui um conjunto de informação importante e detalhada relativa à identificação e descrição de diversas peças de equipamento do soldado em uso no início do séc. XIX, que provavelmente será difícil de encontrar em outro local com esta dimensão.

Trata-se de peças que fazem parte da colecção pessoal do nosso camarada espanhol, que não são fáceis de angariar e possuem um valor patrimonial e estimativo elevado.

Bem haja uma vez mais pela tua colaboração Juan!

Legenda:
(FIGURA 1)
1 - Copo em cobre
2 - Copo em cobre (depois de ser utilizado em campanha...)
3 - Prato em cobre forrado com folha de estanho
4 - Tubo em cobre para diversas funções (para guardar documentos, pedras de sílex, etc.)
5 - Funil em cobre
6 - Recipiente em cobre para guardar azeite/óleo
7 - Castiçal em cobre
8 - Garrafa em cobre para guardar...o chá
9 - Marmita em cobre


(FIGURA 2)

Legenda:
(FIGURA 2)
1 - Prato em madeira de oliveira
2 - Taça/copo em madeira branca
3 - Taça/copo em osso
4 - Colher e garfo em madeira de oliveira
5 - Recipiente em madeira para guardar o açucar
6 - Recipiente em madeira para guardar o sal
7 - Recipiente em barro para guardar o vinagre (o vinagre servia para temperar a comida e para desinfectar as feridas de combate...)

Brevemente haverá mais!

Pedro Casimiro