terça-feira, 30 de novembro de 2010

Moda Feminina no início do Séc. XIX - Estilo Império (1ª Parte)

Durante o caótico primeiro período da Revolução Francesa, ocorreu uma grande mudança na moda feminina. O vestido tipo “Chemise”, assim chamado por causa de sua semelhança com uma camisa interior, tornou-se a forma dominante. A sua simplicidade contrastava fortemente com os vestidos de estilo “Rococó” da época anterior. Os acessórios íntimos do século anterior, como o espartilho e as anquinhas, que tinham sido necessários para formar os trajes e o corpo das mulheres, imposto de forma exagerada pelo estilo “Rococó”, foram abandonados. As mulheres passaram a preferir usar vestidos quase transparentes de tecidos finos em algodão branco com pouca roupa íntima ou nenhuma. A “Camisa” com a sua linha de cintura elevada de corpete único e saia, delineava uma silhueta limpa e tubular, ilustrando como este vestido de uma forma gradual, misturado com o estilo neoclássico, celebrava as formas refinadas e geométricas da Antiguidade Grega e Romana (Figuras 1 e 2)

(Figura 1)

(Fig. 2)

Materiais como a musselina, a gaze e percal (algodão fino e liso) foram escolhidos pela sua simplicidade. O uso destes tecidos permitiu que a função do vestuário, ao invés de moldar o corpo, tinha apenas a única função de o cobrir. A “Camisa”, emblematicamente transmitia uma consciência estética recentemente desenvolvida de valores pós-revolucionário na França. No entanto, sendo o inverno europeu muito frio, para este material fino, tornou-se popular complementar os vestidos com xailes em caxemira em volta dos ombros (figura 3). A “cashmere” da Caxemira, na Índia, foi introduzida em França por Napoleão no regresso da sua campanha do Egipto em 1799. Devido aos padrões exóticos e atraentes de cores policromáticas dos xailes, eles tornaram-se extremamente populares como acessórios para serem usados com o vestido “chemise” simples. Eram porém muito caros e suficientemente valiosos para serem transmitidos em testamento e em listas de enxoval. Após a década de 1830, a popularidade do xaile de “cashmere” espalhou-se pelo público em geral e a partir de 1840 surgiu em França e em Inglaterra indústrias de xailes para atender à procura.

(Fig. 3)

Eugénia Guedes



Museu Militar da Vila de Almeida


O Museu Militar de Almeida revelou-se um investimento cultural que tem despertado um interesse considerável a nível local e internacional.
Aproveitem para fazer uma visita guiada do mesmo, aqui:
http://videos.sapo.pt/MBjae5jqkjzZik94aOt1

Pedro Casimiro

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Pinturas por Augusto Ferrer Dalmau - 2

(Batalha de Borodino - Oficial da Legião José Napoleon)

(Couraceiros Espanhois, 1811)

(Lanceiros da Legião da Estremadura)

Aqui ficam mais algumas verdadeiras pérolas artísticas!

Pedro Casimiro

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Pinturas por Augusto Ferrer Dalmau - 1

 (Batalha de Bailén - 1808)

(Cerco de Gerona - 1808)

Aqui ficam dois exemplares das fantásticas pinturas da autoria de Dalmau, alusivas à Guerra Peninsular.
Com sorte, mais algumas se seguirão.

Pedro Casimiro


segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Exposição de Fotografia - O(s) Rosto(s) da Batalha


Aqui fica uma nota informativa relativa à realização de um evento cultural a não perder (Exposição de Fotografia) que irá ter lugar na Galeria do Turismo da Ericeira, entre os dias 27 de Novembro e 10 de Dezembro do corrente ano, da autoria do nosso bom amigo, o Sr. Coronel Manuel Ribeiro de Faria.

Como todos sabemos, o Sr. Coronel é um elemento fundamental e de presença imprescindível em todos nossos eventos, com a sua experiente objectiva sempre atenta a todos os mais pequenos pormenores.

Este evento possui um "selo" de qualidade e será por isso de frequência obrigatória. 

Mais informações acerca deste evento podem ser consultadas aqui:
http://www.icea.pt/Eventos.htm

Pedro Casimiro

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Gravuras de Época


Venho chamar a v/ atenção para um conjunto de gravuras de época muito interessante, que foi recentemente publicado no Blogue:
http://vedrografias2.blogspot.com/.

Como na altura, devido à guerra, havia alguma escassez de máquinas digitais, a malta aproveitava para fazer umas gravuras da paisagem.

E foi o que valeu...

Pedro Casimiro

domingo, 14 de novembro de 2010

Equipamento do soldado do início do séc. XIX - 4ª Parte (Vestuário)

E como a malta que tem o mais vistoso material e equipamento de época não se resolve a mandar fotos do mesmo para colocação no nosso Blogue, não me resta outra opção que não seja a de retirar imagens de lojas disponíveis on-line.
Na imagem acima disponibilizada pode visualizar-se um exemplar de uma calças do inicio do séc. XIX, denominadas pantalonas ou calças de alçapão - devido ao seu complicado sistema de "abertura" - que todavia não corresponde ao modelo utilizado pelos elementos do GRHMA.
Os nossos exemplares possuem um conjunto de seis botões na frente, servindo dois para fixar o alçapão e quatro para fixar os suspensórios. Na retaguarda existem dois botões adicionais, igualmente para fixação dos suspensórios.
O modelo, se assim se pode chamar, de calças vigente em 1806 para os nossos soldados era por regra justo e modelado à perna, obrigando à colocação das polainas pelo lado de fora da calça.
O regulamento de 1810, entre outras inovações, introduziu um modelo de calças mais largo, que implicava a obrigatoriedade de utilização das polainas por dentro das calças.
Todavia, o próprio regulamento de 1810, nas gravuras que ilustram os movimentos e voltas do soldado com arma, é possível constatar que, apesar de o soldado ali ilustrado possuir uma barretina de modelo 1810 (stovepipe shako, de modelo inglês), continua a utilizar calças justas à perna e com as polainas colocadas pelo exterior - de onde se pode extrair a conclusão que nessa altura coexistiam os dois modelos de pantalonas, quanto mais não seja devido a limitações em termos de abastecimento ou renovação do material existente.
Além disso, é um facto assente o de que quando em campanha os soldados (designadamente do exército Britânico) muitas vezes confeccionavam as suas calças com qualquer tecido disponível, devido ao desgaste a que esse material estava sujeito
Esta é a razão pela qual no GRHMA é permitida a utilização dos dois modos de colocação das polainas - pesem embora os uniformes utilizados sejam do plano de uniformes de 1810 - ou seja, com a calça azul as polainas são utilizadas no exterior e com as calças brancas as polainas são utilizadas no interior.


Nesta imagem podem visualizar um exemplar de uma camisa de época.

E aqui um modelo alternativo igualmente de uma camisa.

Aqui temos um exemplar de um colete que poderia ser utilizado por um soldado mais abonado, em termos financeiros. No entanto, duvido que a esmagadora maioria dos nossos soldados conseguisse "caber" num exemplar semelhante ao aqui ilustrado...

Pedro Casimiro

sábado, 6 de novembro de 2010

Bicentenário da Batalha do Bussaco - 25 e 26 de Setembro de 2010

Nos passados dias 25 e 26 de Setembro as tropas do GRHMA e da ANP, acompanhadas do respectivo trem de equipagem, deslocaram-se na sua máxima força à Mealhada, a fim de participarem na recriação histórica ali realizada, destinada a comemorar o Bicentenário da Batalha do Bussaco.
Tratou-se de um evento muito agradável, com a presença de cerca de 150 recriadores nacionais e estrangeiros, a que tiveram a oportunidade de assistir alguns milhares de espectadores.

Aqui ficam algumas imagens do evento:

Aqui temos o nosso Comandante-em-Chefe (unif. Coronel de Engenharia), pronto para o que der e vier.

Aqui temos outro oficial (Infantaria 11) que estava plácido e sereno, como convém.

A infantaria ligeira (Caçadores 6 e 95th Rifles), como habitual, abriu as hostilidades.

The thin red line! As forças britânicas em acção.


O fogo certeiro da brava infantaria Portuguesa (Infantaria 23) impressionou as tropas adversárias.

A artilharia Portuguesa (Artilharia 4) não poupou munições...

e até conseguiu fazer alguns desenhos na atmosfera...

Como sempre, as tropas do Arsenal foram indispensáveis às operações militares.

A linha Britânica, com homens vindos de Inglaterra e Espanha.

A artilharia adversária deu uma resposta à altura.

Aqui temos os caçadores em descanso, depois dos ferozes combates da manhã.



Os bravos soldados da Leal Legião Lusitana bateram-se como leões, ou neste caso, como uma leoa...

Outras imagens interessantes deste evento podem ser visualizadas aqui:

A Câmara Municipal da Mealhada, que contribuiu para organizar um evento muito interessante, possui um sitio oficial reportado a este Bicentenário, que pode ser consultado aqui:

Pedro Casimiro

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Comemoração do Bicentenário da Defesa da Ponte de Amarante


Venho aqui recordar este magnifico evento realizado no mês de Abril de 2009, na formosa cidade de Amarante.
Este foi um evento muito gratificante, quer em termos organizativos, quer em termos de participação, tendo em conta o acolhimento dispensado aos recriadores e o considerável interesse despertado pelo evento na população em geral.

Aqui fica um grande abraço e um bem haja a todos os Amarantinos!

Aqui fica um video que ilustra bem aquilo que por lá se passou:

Pedro Casimiro

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Regimento de Caçadores de Maiorca


Aqui temos uma foto do nosso bom amigo Juan, que desde há vários anos viaja milhares de quilómetros desde Maiorca até Almeida, para participar no nosso evento anual com o seu magnífico uniforme do Regimiento de Cazadores de Mallorca, que foi uma unidade militar originária do arquipélago das Ilhas Baleares. Esta unidade foi equipada com material e vestuário de origem inglesa e também recebeu uma estrutura orgânica e instrução em tudo semelhantes à vigente nas unidades de infantaria ligeira inglesas, como por exemplo o 95th Rifles Regiment
Esta unidade possuía o formato de batalhão com oito companhia, sendo todas elas compostas por caçadores, apelidados popularmente de "els negrets", devido ao seu uniforme verde escuro e talabartes negros.

Juan exibe a sua Brown Bess, India Patern, novinha em folha, que custou a módica quantia de € 400,00, com baioneta incluída. Um óptimo preço, tanto mais que pelos vistos o material é também de qualidade.

Este nosso amigo já faz parte da "Brigada do Bigode", onde se incluem o recruta Orlando, o nosso Cabo Rui Nabais e o nosso Sargento Guedes.

Pedro Casimiro

Selos Comemorativos do Bicententário do Cerco de Almeida

BICENTENÁRIO DO COMBATE DO CÔA E CERCO DE ALMEIDA

  Teve lugar no passado mês de Agosto as Comemorações do Bicentenário do Combate do Côa e Cerco de Almeida pelo que o Município de Almeida em colaboração com os CTT, lançaram no decorrer da VI Recriação Histórica realizada nesta vila, designadamente no Salão Nobre desta Câmara, esta magnifica colecção de selos personalizados (SP), composta por uma carteira de seis selos de N20grs, mais um sétimo selo integrado em envelope com o carimbo de 1º. Dia e que usualmente é designado pelos filatélicos por FDC (First Day Cover), no qual podem ser apreciadas nas fotos que se seguem:



Sobrescrito com selo e carimbo de 1º Dia (FDC)


Capa ilustrada que acompanha a respectiva colecção Filatélica


Texto explicativo dos acontecimentos ocorridos há 200 anos


(Selos)

Joaquim Guedes