Após a revolução, a seda foi substituída pelo algodão vindo da Inglaterra, fazendo com que a indústria da seda em Lyon, uma força motriz da economia francesa, entrasse numa grave crise. Preocupada com a situação, Napoleão fez um esforço inglório para reavivar a indústria francesa da seda, impondo direitos aduaneiros sobre as importações de Inglaterra, proibindo o uso público da musselina inglesa e emitindo uma ordem imperial em que homens e mulheres deveriam de se apresentar como anteriormente à revolução, vestidos de seda bordados a ouro ou a prata em cerimónias oficiais, no “tribunal” e nunca usar mais do que uma vez a mesma peça de vestuário em recintos públicos e oficiais, medidas essas que não foram suficientes para virar a tendência da maré.
Após sua coroação como imperador em 1804, Napoleão começou a utilizar a roupa como um meio político, revivendo o estilo do vestido extravagante da Corte da era pré-revolucionária. O vestido (de tribunal) cerimonial de seda, usado pela Imperatriz Josefina na coroação de Napoleão e representado na pintura de Jacques Louis David é um verdadeiro “show” do que é um vestido de encenação do poder do Império. O manto da Imperatriz, de veludo bordado a ouro com forro de arminho, (figura 6 e 7) simboliza o luxo e autoridade da Corte Francesa e ilustra como a ideologia da revolução, tinha sido firmemente posta de parte. Este estilo do manto real permaneceu por muito tempo, uma peça de vestuário padrão nas Cortes Europeias.
(Fig. 6)
(Fig. 7)
Durante a primeira década do século XIX, a linha de roupa da mulher não sofreu qualquer mudança dramática, apenas foi reduzido o comprimento das saias após 1810. Mais uma vez as roupas íntimas estavam de volta à demanda, o sutiã, que mais tarde se tornou o protótipo do actual sutiã, entrou em uso, assim como espartilhos macios sem reforços de barbas.
A preferência do material de vestuário mudou muito, a partir do algodão volta a seda, a exuberância da decoração e a cor voltou à moda.
Eugénia Guedes
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