sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Pavilhão Chinês / Chapéu Chinês - 1

Inglês: Chinese Pavillon, Turkish Crescent, Bell tree ou Jingling Johnny; 
Espanhol: Chinesco; 
Alemão: Tiirkischer Halbmond ou Schellenbaum; 
Italiano: Cappelo Chinese; 
Francês: Chapeau Chinoise, Arbre à Sonnailles

O chapéu chinês é um instrumento musical de percussão de sonoridade indefinida, muito próximo da família do Sistro, de origem oriental, utilizado em certas bandas militares, tendo chegado à Europa através das guerras entre Turcos e Austríacos no Séc.XVII.

Este instrumento é composto por um suporte com cerca de 1,80 m de altura, tendo como base um cabo geralmente de madeira, encimado com vários ornamentos em latão, desde liras, meias luas (quarto crescente), pingentes, folhas estilizadas e outras simbologias orientais, seguindo-se uma tampa de metal cónico ou pavilhão com numerosas pequenas campainhas penduradas. Na extremidade superior deste estandarte algumas variantes desde esferas de lastro (para intensificar o som das campainhas), uma lira ou um crescente (meia lua), uma estrela ou uma águia entre outros motivos. Abaixo do pavilhão poderá surgir um par de meias luas ou liras, igualmente com campainhas penduradas (figuras 1 e 2). É ainda ricamente embelezado com fitas coloridas e ou crina de cavalo, pendurados nos elementos que compõem este instrumento. O músico, terá de ser alguém com uma boa robustez física, pois este estandarte poderá atingir os 10 quilos de peso

O Pavilhão Chinês é percussionado na vertical por agitação da vara, provocando a sonoridade das várias campainhas penduradas.


(Fig. 1 Foto no Museu Militar de Almeida do Chapéu Chinês pertencente ao GRHMA)                                                

(Fig. 2 Museu em Rastatt Osmanischer na Alemanha) 

EVOLUÇÃO

O antecessor do Chapéu Chinês era originalmente utilizado pelos líderes religiosos Shaman dos nativos da Ásia do Norte, no qual acreditavam, que agitando estes instrumentos, compostos por pequenos discos metálicos, afastavam os maus espíritos. Também foi utilizado na China como sinal do início das músicas cerimoniais na Dinastia de Chou (1122-255 B.C.).

Este instrumento musical, ao espalhar-se para o Oeste, foi sofrendo alterações na extremidade superior com o aparecimento do crescente Turco, símbolo de distinção.
Os “Janissários”, guerreiros temidos e respeitados, surgiram em 1326, para protegerem os seus Chefes Turcos Otomanos, (tendo-o feito durante 500 anos), foram desenvolvendo a sua apetência pela música em interacção com as artes marciais.

Com as sucessivas guerras entre os Austríacos e os Otomanos, no século XVII, este estandarte tradicional, símbolo dos mais altos dignitários, tornou-se um troféu apetecível, devido à sua associação com os “Janissários” do Império Otomano. A importância exagerada, dada aos pavilhões chineses utilizados pelos exércitos, levou à necessidade de regulamentar o uso e o número destes instrumentos, passando apenas a ser permitida da sua utilização à infantaria, vedando-se o seu uso à cavalaria.



(Fig. 3 Uma banda Mehter Otomana com representação ao centro de um pavilhão chinês)

Joaquim Guedes

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